O que estamos construindo? É uma edificação segura? É uma obra bem definida?
Todos nós fazemos parte de uma grande construção. Estamos sempre assentando algum tijolo na vida.
Quer percebamos ou não, o Engenheiro da criação incumbiu a cada um de nós com uma missão.
Portanto, eu e você temos um trabalho, uma responsabilidade, um compromisso muito importante.
Se seguirmos o projeto estabelecido, tudo dará certo.
O Edifício ficará perfeitamente bonito e seguro.
Nada ficara torto. Nada ficará fora do lugar. Nada dará errado.
Nessa construção apenas obedeço as orientações.
Mesmo não sabendo como vai ficar, posso realmente confiar.
O Engenheiro que fez tudo que há nos céus e na terra, sabe onde me colocar.
Assim, eu aceito a minha tarefa nessa grande construção.
Ainda que no fim da minha carreira eu não veja a obra concluída,
sei que naquele Dia quando o Engenheiro voltar,
saberei como tudo veio a se encaixar. Assim seja.
Pr. Rosemar Roberto
terça-feira, 7 de abril de 2009
UMA GRANDE CONSTRUÇÃO
Amor e Perdão: Trilhando um caminho contra a vingança
Thiago Azevedo
Estive lendo o livro de Romanos nestes últimos dias e ler a palavra de Deus contínuamente me faz pensar naquele ditado, "a água de um rio não passa duas vezes no mesmo lugar", mesmo porque o ser humano é constituído de experiências e conhecimentos que não ficam estáticos, mas estão sujeitos às modificações do tempo. No caso do livro de Romanos não fica isento disso.
Nesse trecho, podemos detectar a dimensão teológica que o apóstolo Paulo faz da mensagem de Jesus, partindo da análise da lei prescrita por Cristo, valorizando ao próximo como a si mesmo. No ministério de Cristo temos diversas passagens que ilustram essa prioridade, como por exemplo a parábola do bom samaritano, do rico e o Lázaro, no momento em que o jovem rico se aproxima de Jesus, o próprio sacrifício do mestre representa o que há de maior no cumprimento deste mandamento.
Estou lendo neste último mês um livro do pastor alemão Drietrich Bonhoeffer, Prédicas e alocuções, um exemplar que vale a pena ter em casa, pois compõe uma série de mesagens proferidas pelo referido pastor. E uma das que mais atraiu minha atenção foi a Prédica no 3o Domingo após Epifania, realizada no dia 23 de janeiro de 1938 e ele fala justamente sobre esse texto do apóstolo Paulo que expus acima.
Esse texto do apóstolo Paulo faz uma referência profunda do que significa perdoar e da grande contradição do que é o amor de Deus, justamente porque ele ama seus inimigos. Há um texto que diz, que Deus nos amou quando ainda éramos seus inimigos e com isso, Bonhoeffer traça um caminho para a cruz que está longe do farisaísmo que defendemos, como se Cristo fosse propriedade de algum grupo específico.
Levando em consideração o amor de Deus e o seu projeto de salvação, Paulo escreve que não devemos pagar o mal com o mal, mas justamente ao contrário, o mal se paga com o bem, e isso faz referência direta ao que Jesus nos afirma sobre amarmos nossos inimigos e isso faz do cristianismo um movimento diferenciado dos demais, pois que religião prega o amor aos que nos perseguem e nos amaldiçoam?
Sobre isso Bonhoeffer afima:
Para que isso ocorra, nossa vida deve ser moldada na busca profunda do ensinamento de Cristo e ela representa justamente o fato de "abrirmos mão de nosso direito de ter razão em função do outro" e isso em qualquer âmbito da vida. Devemos lembrar de um episódio em que Jesus e seus discípulos não foram bem aceitos em determinada região e João junto com seu irmão Tiago, que eram conhecidos como Filhos do Trovão, incitaram a Jesus para lançar raios sobre aquele povo e Cristo os repreendeu severamente, o mesmo João que anos depois escreveria "Filhinhos amai-vos uns aos outros".
Se não visualizarmos o cristianismo como o movimento do amor, não poderemos compreender na totalidade o sacrifício de Cristo. O mesmo apóstolo Paulo vai falar sobre o amor em I Coríntios 13, para mostrar que Cristo não deve ser servido com vaidade, alimentado pela oposição do amor pregado por Cristo, o amor próprio, mas justamente desprovido de si mesmo em função do próximo (Mt 5.43-48; 16.24-26), esse próximo é nosso inimigo diário, justamente porque esse próximo não conhece os desígnos de Deus.
Cada vez mais temos sido vítimas de nossa própria vaidade e também da presunção de sermos salvos em Cristo, como se a salvação não implicasse em alguns predicados que devemos realizar, claro, não que o não cumprimento desses predicados nos tirem da condição de salvos, mas isso nos possibilita a vivência profunda nessa salvação, pois ela relaciona fé e ação, conforme afirma a epístola de Tiago. Nesse sentido, ser salvo significa se desprover do ato de pagar com o mal, qualquer que seja, e se sentir salvo, nos obriga a amar a todos, inclusive e principalmente nossos inimigos e aprender a caminhar no perdão permamente, não o nosso, mas no de Cristo e nesse perdão, deve-se ver livre da vingança.
Palavra dura de se ouvir. Fico imaginando o Pr. Bonhoeffer proferindo essa palavra em pleno momento de tensão do período do Nacional-Socialismo. Será que já pensamos que a destilação de nossos ódios em relação aos nossos inimigos tornaria nulo o sacrifício que Cristo fez por nós?
Num mundo contemporâneo como o nosso, onde os membros do corpo de Cristo são motivados a revidar, a odiar aos inimigos do evangelho e aos inimigos pessoais. Devemos continuamente reler os evangelhos para recaptular os ensinamentos do mestre. Ainda mais num culto a superficialidade e a medíocridade dos ensinamentos bíblicos. Fala-se muito de bençãos e vidas abençoadas, mas a custo de nada, não devemos mais viver debaixo dessa graça preciosa, é muito triste ver os ensinamentos de Cristo tomarem esse rumo, onde o que vale mais são coisas e não pessoas.
Como já afirmei em outros posts, o caminho do perdão e do amor não é fácil, muito pelo contrário, o preço a se pagar é alto, mas necessário, para encontrarmos o caminho da paz proporcionada por Cristo e do descanso almejado em Hebreus 4.11, justamente porque deixamos que a luz de Cristo brilhe em nossos corações e assim, como afirma o apóstolo Paulo, não nós que aparecemos, mas Cristo que se torna visível em nossas vidas e com isso encontramos o caminho para sermos semelhante ao mestre.
Que o Deus da paz e do amor, nos estimule e nos conduza pelo caminho do amor e do perdão.
Texto original: http://descansodaalma.blogspot.com/
"Que vossa caridade não seja fingida. Aborrecei o mal, apegai-vos solidamente ao bem. Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros. Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor. Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Socorrei às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da hospitalidade. Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não os praguejeis. Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram. Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisa modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos. Não pagueis a ninguém o mal com o mal. Aplicai-vos a fazer o bem diante de todos os homens. Se for possível, quanto depender de vós, vivei em paz com todos os homens. Não vos vingueis uns aos outros, caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está escrito: A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o Senhor (Dt 32,35). Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Procedendo assim, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça (Pr 25,21s). Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem." Romanos 12.9-21
Estive lendo o livro de Romanos nestes últimos dias e ler a palavra de Deus contínuamente me faz pensar naquele ditado, "a água de um rio não passa duas vezes no mesmo lugar", mesmo porque o ser humano é constituído de experiências e conhecimentos que não ficam estáticos, mas estão sujeitos às modificações do tempo. No caso do livro de Romanos não fica isento disso.
Nesse trecho, podemos detectar a dimensão teológica que o apóstolo Paulo faz da mensagem de Jesus, partindo da análise da lei prescrita por Cristo, valorizando ao próximo como a si mesmo. No ministério de Cristo temos diversas passagens que ilustram essa prioridade, como por exemplo a parábola do bom samaritano, do rico e o Lázaro, no momento em que o jovem rico se aproxima de Jesus, o próprio sacrifício do mestre representa o que há de maior no cumprimento deste mandamento.
Estou lendo neste último mês um livro do pastor alemão Drietrich Bonhoeffer, Prédicas e alocuções, um exemplar que vale a pena ter em casa, pois compõe uma série de mesagens proferidas pelo referido pastor. E uma das que mais atraiu minha atenção foi a Prédica no 3o Domingo após Epifania, realizada no dia 23 de janeiro de 1938 e ele fala justamente sobre esse texto do apóstolo Paulo que expus acima.
Esse texto do apóstolo Paulo faz uma referência profunda do que significa perdoar e da grande contradição do que é o amor de Deus, justamente porque ele ama seus inimigos. Há um texto que diz, que Deus nos amou quando ainda éramos seus inimigos e com isso, Bonhoeffer traça um caminho para a cruz que está longe do farisaísmo que defendemos, como se Cristo fosse propriedade de algum grupo específico.
"A cruz não é propriedade privada de ninguém, mas pertence a toda a humanidade e tem a ver com toda a humanidade"
Levando em consideração o amor de Deus e o seu projeto de salvação, Paulo escreve que não devemos pagar o mal com o mal, mas justamente ao contrário, o mal se paga com o bem, e isso faz referência direta ao que Jesus nos afirma sobre amarmos nossos inimigos e isso faz do cristianismo um movimento diferenciado dos demais, pois que religião prega o amor aos que nos perseguem e nos amaldiçoam?
Sobre isso Bonhoeffer afima:
"Não retribua mal com mal. Não levanta a tua mão para agredir, não abre a tua boca à ira, mas fica quieto. Que mal o que intenta maldade pode fazer com você? O mal prejudica a ele e não a você. Sofrer injustiça não faz mal ao cristão. Fazer injustiça porém, prejudica. O maligno deseja alcançar que você também seja mau. Assim ele sairia vitorioso. Por isso não retribua mal com mal. Fazendo-o, você não prejudica o outro, mas a você mesmo. Não é você que está em perigo quando o outro lhe faz mal, mas ele está em perigo e ele sucumbirá se você não o ajudar. Por causa do outro e por causa da responsabilidade que você tem por ele - não retribua mal com mal. Alguma vez Deus retribuiu assim a você?"
Para que isso ocorra, nossa vida deve ser moldada na busca profunda do ensinamento de Cristo e ela representa justamente o fato de "abrirmos mão de nosso direito de ter razão em função do outro" e isso em qualquer âmbito da vida. Devemos lembrar de um episódio em que Jesus e seus discípulos não foram bem aceitos em determinada região e João junto com seu irmão Tiago, que eram conhecidos como Filhos do Trovão, incitaram a Jesus para lançar raios sobre aquele povo e Cristo os repreendeu severamente, o mesmo João que anos depois escreveria "Filhinhos amai-vos uns aos outros".
Se não visualizarmos o cristianismo como o movimento do amor, não poderemos compreender na totalidade o sacrifício de Cristo. O mesmo apóstolo Paulo vai falar sobre o amor em I Coríntios 13, para mostrar que Cristo não deve ser servido com vaidade, alimentado pela oposição do amor pregado por Cristo, o amor próprio, mas justamente desprovido de si mesmo em função do próximo (Mt 5.43-48; 16.24-26), esse próximo é nosso inimigo diário, justamente porque esse próximo não conhece os desígnos de Deus.
"[No que depender de vocês] significa que não deverão ser vocês a origem da briga. O coração de vocês deverá estar sempre cheio de paz."
Cada vez mais temos sido vítimas de nossa própria vaidade e também da presunção de sermos salvos em Cristo, como se a salvação não implicasse em alguns predicados que devemos realizar, claro, não que o não cumprimento desses predicados nos tirem da condição de salvos, mas isso nos possibilita a vivência profunda nessa salvação, pois ela relaciona fé e ação, conforme afirma a epístola de Tiago. Nesse sentido, ser salvo significa se desprover do ato de pagar com o mal, qualquer que seja, e se sentir salvo, nos obriga a amar a todos, inclusive e principalmente nossos inimigos e aprender a caminhar no perdão permamente, não o nosso, mas no de Cristo e nesse perdão, deve-se ver livre da vingança.
"Quem deseja se vingar toma a vida de seus inimigos nas próprias mãos e esquece que Deus já colocou sua mão sobre essa pessoa, morrendo por ela na cruz. Quem se vinga no ser humano torna sem efeito a morte de Cristo; ele se torna culpado diante do sangue da reconciliação. Cristo morreu por mim e por meus inimigos para a salvação dos dois. Se busco a vingança, eu desprezo a salvação do outro. Provavelmente isso não fará mal ao outro, mas eu renuncio à morte de Cristo por mim."
Palavra dura de se ouvir. Fico imaginando o Pr. Bonhoeffer proferindo essa palavra em pleno momento de tensão do período do Nacional-Socialismo. Será que já pensamos que a destilação de nossos ódios em relação aos nossos inimigos tornaria nulo o sacrifício que Cristo fez por nós?
Num mundo contemporâneo como o nosso, onde os membros do corpo de Cristo são motivados a revidar, a odiar aos inimigos do evangelho e aos inimigos pessoais. Devemos continuamente reler os evangelhos para recaptular os ensinamentos do mestre. Ainda mais num culto a superficialidade e a medíocridade dos ensinamentos bíblicos. Fala-se muito de bençãos e vidas abençoadas, mas a custo de nada, não devemos mais viver debaixo dessa graça preciosa, é muito triste ver os ensinamentos de Cristo tomarem esse rumo, onde o que vale mais são coisas e não pessoas.
Como já afirmei em outros posts, o caminho do perdão e do amor não é fácil, muito pelo contrário, o preço a se pagar é alto, mas necessário, para encontrarmos o caminho da paz proporcionada por Cristo e do descanso almejado em Hebreus 4.11, justamente porque deixamos que a luz de Cristo brilhe em nossos corações e assim, como afirma o apóstolo Paulo, não nós que aparecemos, mas Cristo que se torna visível em nossas vidas e com isso encontramos o caminho para sermos semelhante ao mestre.
"Como vencemos o mal? À medida que perdoamos sem limite."
Que o Deus da paz e do amor, nos estimule e nos conduza pelo caminho do amor e do perdão.
Texto original: http://descansodaalma.blogspot.com/
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"Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus. Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles."
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